UFPI de Picos conta com mais de 20 laboratórios para aulas práticas de medicina

A implantação do curso de Medicina na Universidade Federal do Piauí – Campus de Picos tem gerado grande expectativa na comunidade picoense. O ingresso da primeira turma está previsto para começar somente no segundo semestre de 2016. A solicitação feita pelo Deputado Federal Assis Carvalho (PT) ao Ministério da Educação – MEC, já havia sido aprovada desde 2013.

UFPI de Picos possui 22 laboratórios para início do Curso de Medicina. (Foto: Antonio Rocha)
Em entrevista a professora e Diretora da UFPI de Picos, Alveni Barros, falou a respeito da instalação do curso na cidade, o início das aulas, a questão burocrática referente a prática e por fim, faz um apelo aos políticos de Picos e da macrorregião, buscando efetivar o pleno e bom funcionamento do curso na cidade.

Antonio Rocha: Como está o processo de implantação do curso de medicina em Picos? 

Alveni Barros: Vamos começar pelo inicio da turma: quem vai poder se inscrever para o curso de Medicina aqui no campus de Picos? Os alunos que fizeram o ENEM 2015. Então esses alunos vão ter que aguardar um edital que deve ser lançado entre Junho, por ai, com as vagas específicas para o inicio do curso de Medicina em Setembro de 2016, segundo período. As aulas do segundo período do campus de Picos do ano de 2016 estão previstas para ter inicio no dia 09 de setembro. A gente teve um atraso pequeno por conta de uma greve. 

Diretora da UFPI de Picos, Alveni Barros. (Foto: Antonio Rocha)
Antonio Rocha: Em relação à parte prática do curso, a universidade dispõe de laboratórios de quantos laboratórios? 

Alveni Barros: Nós não estamos implantando um curso de Medicina na UFPI de Picos de supetão, como diria o nordestino. Desde 2006, nós fazemos a expansão do campus. Eram apenas dois cursos e nós fizemos a expansão pra seis e vieram sete. Naquela época nós já pensávamos no curso de Medicina. Já era uma sugestão, inclusive muito ressaltada, por exemplo, pelo antigo coordenador administrativo do campus, o Eluzirton Barros. Mas a recomendação do MEC era que a gente implantasse primeiro outros cursos na área de saúde, criasse os laboratórios para quando Medicina viesse, já viesse com uma estrutura organizada e assim foi feito. Nós temos os laboratórios de Biologia, laboratórios de Nutrição, laboratórios de Enfermagem que totalizam 22 laboratórios de Ciências Biológicas e Ciências da Saúde. Então Medicina está vindo em um momento cujas negociações começaram desde o ano de 2010, desde quando o Secretário de Educação era Fernando Haddad. De lá pra cá a gente veio caminhando, procurando as estruturas, procurando se organizar, guardado as visitas técnicas do MEC, até que nos deram o aval, e agora a gente está nas ultimas finalizações. Na verdade, ainda não são as ultimas finalizações porque iremos funcionar na estrutura que temos, mas já temos a licitação das construções dos prédios pras áreas de saúde aqui do campus e só falta agora à gente organizar o terreno, pra começar esse ano essas construções. 

Antonio Rocha – Inicialmente serão ofertadas 30 vagas para o Curso de Medicina. Existe previsão para abertura de uma segunda turma? 

Alveni Barros: Nós temos uma responsabilidade muito grande quando vamos começar qualquer curso. Nenhum curso começa em um mar de rosas. Então quanto maior o número de vagas, quanto maior o volume de alunos, o volume de professores, mais difícil fica pra gente dar qualidade a esse curso. Então nós vamos iniciar com uma turma de 30 vagas porque queremos assegurar o funcionamento do curso de Medicina no Campus de Picos, já que esse curso faz parte do Programa Mais Médicos, que é um programa de governo. Pode ser que entre outro presidente no lugar de Dilma Rousseff e acabe com o programa. Então a gente quer segurar que o curso vai ter essa funcionalidade aqui no campus. A gente inicia as aulas esse ano, mas prezando pela qualidade, por isso só terão 30 vagas e eu não quero dar uma previsão pra fazer seleção para uma segunda turma. Eu quero caminhar devagar, eu quero organizar as coisas com calma. 

Antonio Rocha: Já existe um calendário escolar definido aqui na UFPI? 

Alveni Barros: Sim. As aulas do segundo período começam no dia 09 de setembro de 2016. Até lá, eu tenho que ter terminado a seleção dos dezenove professores, que na verdade são vinte, para o curso de Medicina. Eu já tenho a primeira professora que é a doutora Ticiana Lúcio Amorim. Ela é aprovada para a Universidade Federal da Paraíba, mas fez uma redistribuição e veio para assumir o curso de Medicina aqui. O concurso está em andamento. O período de inscrição vai até o dia 22 de janeiro e provavelmente depois do dia 10 de março a gente divulga os aprovados e ai virá uma equipe do MEC composta por médicas fazer oficinas e treinamentos com esses novos professores porque é um curriculum novo, é uma nova proposta de Medicina e só então esses professores estarão preparados para entrar em sala de aula, depois de devidamente qualificados com essas oficinas.

Considerações 

Alveni Barros: Eu queria fazer um apelo aos políticos da macrorregião, porque o curso de Medicina envolve uma rede de providências muito grande. A criação do curso envolve a abertura e o funcionamento da policlínica; envolve a retomada da construção do hospital regional; envolve a reforma do hospital regional atual. Então a ajuda que os políticos podem dar a para a abertura do curso de Medicina aqui e que eu quero alertar é que é o terceiro curso da área da saúde chegando no campus e todos os outros cursos da área de saúde terão que vir posteriormente, pois foi esse o pacto que nós fizemos com o Ministério da Educação e Ministério da Saúde. Picos deverá se tornar um polo formador de profissionais da saúde por conta da vocação da macrorregião e Picos já é cidade cede. Então nós precisamos que os políticos daqui comecem a agir, comecem a ajudar a gente. Por exemplo, cadê a construção do hospital; cadê o pleno funcionamento da Policlínica; cadê as reformas necessárias no regional; onde está a corrida pelas verbas que nós já pleiteamos e licitamos, mas precisamos da articulação politica em Brasília para a construção dos blocos de Medicina e expansão da estrutura física do campus? Então eu acho que está na hora da gente sair um pouquinho do discurso e começar a ajudar de fato na prática. A universidade está aberta para aqueles que querem contribuir. Ninguém aqui quer ser pai ou mãe de um curso. A gente quer um curso da comunidade e a comunidade UFPI de Picos está aberta para qualquer pessoa que queira dar sua contribuição pra gente.  




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