Entrevista: Conheça a história do Diácono Francisco Berto

PICOS - A Diocese de Picos está na expectativa de ordenação sacerdotal de três diáconos: Fernando 
Amando de Sousa, Francisco Berto de Carvalho e Paulo Henrique da Silva Oliveira. A ordenação acontecerá no mês de julho, sendo que a de Francisco Berto de Carvalho acontecerá dia 27 de julho na cidade de Padre Marcos – PI e a de Fernando e Paulo Henrique acontecerá dia 29 de julho na cidade de Patos – PI.


Sobre esse assunto, a comunicadora Leidiane Rocha entrevistou o Diácono Francisco Berto que falou sobre a sua caminhada vocacional e os preparativos da ordenação. O futuro padre poderá assumir a Área Pastoral de São João da Canabrava.

Biografia

Francisco Berto de Carvalho nasceu no dia 28 de julho de 1987, na localidade Luzia, município de 
Padre Marcos – PI. Filho de Berto Francisco de Carvalho e Teresinha Brázida de Carvalho, é o primogênito de uma família com três irmãos: Francisco Berto, Antônio Cícero de Carvalho Neto e João Paulo de Carvalho.

Os estudos iniciais (ensino infantil e fundamental) foram realizados no próprio município de Padre Marcos, onde também recebeu os sacramentos do Batismo e Primeira Eucaristia.

No ano de 2006, aos 18 anos de idade, entrou para o Seminário Menor São José em Picos – PI.  Em 2009 passa a residir em Teresina – PI, no Seminário Maior Interdiocesano Sagrado Coração de Jesus – Casa Dom Edilberto Dinkelborg e no Instituto Católico de Estudos Superiores do Piauí dá início aos seus estudos: primeiro Filosofia (2009 - 2011), depois Teologia (2012 - 2015).

No dia 31 de janeiro de 2016 recebeu o primeiro grau do Sacramento da Ordem – o diaconato - na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, em Picos – PI, sendo designado a exercer seu ministério na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, com sede na cidade de Bocaina – PI, orientado pelo Padre Francidilso da Silva do Nascimento.

E no dia 27 de julho de 2016, será ordenado Sacerdote pela imposição das mãos de Dom Plínio José Luz da Silva, às 19h na Igreja Matriz de Santo Antônio, em Padre Marcos – PI.


Entrevista.

Leidiane Rocha: Qual o sentimento pela proximidade da ordenação?

Diácono Berto: É uma mistura de alegria, gratidão e medo. Alegria, porque está chegando a hora para a qual tende o meu primeiro e mais profundo desejo: ser padre; gratidão a Deus pelo chamado e a todas as pessoas que, desde o primeiro impulso de minha vocação, vêm me acompanhando e me apoiando; e medo, porque começo a sentir o peso da missão que a mim será confiada. Entretanto, lembro-me de uma frase de Madre Cândida, fundadora da Congregação Filhas de Jesus: “Aquele que te deu o desejo, te dará também o poder e a graça”.

Leidiane Rocha: Quando e como você sentiu o chamado de Deus para a vocação do sacerdócio?

Diácono Berto: Senti-me chamado por Deus ao sacerdócio em 2004, um ano chuvoso... Estava com minha família e minha comunidade reunida, para a Celebração da Palavra de Deus, na casa de minha avó paterna, Josefa (in memoriam), pois a comunidade não possuía capela ainda. A celebração começou e o seu ritual, desde o início, chamou-me atenção. O ministro proclamou o Santo Evangelho. Recordo-me de palavra. Era Lucas 8,43-48. Naquele momento, meu coração pulsou mais forte; senti-me o Senhor tocar em mim e me chamar, porém não sabia para qual missão.

Nesse mesmo ano chuvoso de 2004 o meu chamado aconteceu mediante o contado com o Santo Evangelho. Hoje, compreendo a analogia que o profeta Isaías faz da Palavra de Deus com a chuva: “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão” (Is 55,10-11).

Em 2005, participei de três encontros de discernimento vocacional e, em 2006, ingressei no Seminário Menor “São José”, em Picos, onde morei três anos, cursando o ensino médio. Em 2009, passei a morar no Seminário Maior Interdiocesano “Sagrado Coração de Jesus”. Cursei três anos de Filosofia e quatro anos de Teologia. Atualmente, estou realizando o meu diaconato na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, que abrange três municípios: Bocaina, São João da Canabrava e São Luís do Piauí.

Leidiane Rocha: Como era sua vida de Igreja antes de entrar para o seminário?

Diácono Berto: Desde criança, quando meus pais me ensinaram as primeiras orações do cristão, eu busco ter uma vida de intimidade com Deus. Algumas pessoas de minha comunidade chegavam a dizer que eu tinha um comportamento diferente do dos meus colegas. Hoje vejo que eles estavam certos: era um comportamento de quem um dia seria “chamado por Jesus Cristo para ficar com Ele e para anunciar a Boa Nova”. Anos mais tarde, após a minha primeira comunhão, tornei-me catequista de minha comunidade.

Leidiane Rocha: Em 2009, você entrou para o Seminário Menor São José em Picos e cursou o Ensino Médio no Instituto Monsenhor Hipólito. Fale um pouco desse período.

Diácono Berto: Foi um tempo de graça e ao mesmo tempo de muitas dificuldades; para mim e para os colegas que ingressaram comigo no Seminário naquele ano. Todos vínhamos de escolas públicas e sentimos um impacto ao deparar com um colégio particular. Contudo, a direção e o corpo docente do Instituto Monsenhor Hipólito sempre foram pacientes conosco e nos ajudaram enormemente para preenchermos nossas lacunas.

Leidiane Rocha: Como foi sua experiência no Seminário Maior em Teresina, onde cursou Filosofia e Teologia?

Diácono Berto: Uma experiência maravilhosa! Como o Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus, de Teresina, é interdiocesano (oito dioceses do Regional Nordeste IV-Piauí), convivi com seminaristas de diversas cidades do nosso Piauí. E nessa troca de experiências, todos nos enriquecemos. No curso de Filosofia, nós buscamos a Verdade e, na Teologia, fundamentamos e contemplamos a Verdade, que é Jesus Cristo (cf. Jo 14,6).

Leidiane Rocha: Como a sua família te auxiliou nesse processo vocacional?

Diácono Berto: Inicialmente, minha família não aceitava bem o meu desejo de ser padre. Mas, confiei muito na Providência Divina e, sabia que, se fosse mesmo da vontade de Deus tudo iria dar certo, como de fato aconteceu. Hoje, costumo de dizer: meus pais então mais felizes que eu. Cheguei até a afirmar, brincando: no dia que entrei no Seminário, meus pais entraram também comigo.


Leidiane Rocha: Qual é a história que aconteceu com você nesse período de formação e você vai levar para o resto da sua vida?

Diácono Berto: A minha própria história vocacional: a forma como o meu coração pulsou mais forte naquela celebração na casa da minha avó Josefa. A formação do Seminário sempre nos pedia para voltar às nossas origens, ao nosso primeiro amor, ao nosso primeiro chamado. Mas tenho um fato que marcou muito à minha vida vocacional: não me recordo o ano, lembro-me apenas do dia e do mês: 28 de julho, dia de meu aniversário natalício. Eu ainda era seminarista e tinha marcado uma Celebração da Palavra para a Comunidade Estreito. Essa comunidade fica no município de Francisco Macedo – PI e hoje pertence à Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima, com sede em Alegrete do Piauí que faz parte da minha paróquia natal, a Paróquia de Santo Antônio em Padre Marcos. Pois bem, naquele dia saí de casa um pouco febril, porém quando cheguei à comunidade, ao ver a acolhida e a animação da mesma, senti-me fortalecido e a febre parece que passou. Foi uma experiência marcante de Deus em minha vida.

Leidiane Rocha: O que mais te encanta na vida missionária?

Diácono Berto: Encanta-me o fato de a missão ser de Jesus e não minha ou nossa. Assim o Senhor diz em Mateus 28,16-20: “Os onze discípulos foram para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. Quando o viram, adoraram-no; entretanto, alguns hesitavam ainda. Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”.

Repórter: Como estão os preparativos para sua ordenação?

Diácono Berto: Estou me preparando espiritual e financeiramente também. Há uma comissão em minha paróquia natal (Padre Marcos-PI) preparando essa festa. Será uma grande festa! A Paróquia Nossa Senhora da Conceição, com sede em Bocaina, na pessoa de seu Pároco, Pe. Francidilso Silva, está me ajudando muito na preparação dessa festa.

Leidiane Rocha: Qual será o lema do seu sacerdócio?

Diácono Berto: O meu lema vocacional, fundamentado em Marcos 3,14: “Chamado por Jesus Cristo para ficar com Ele e para anunciar a Boa Nova”.

Leidiane Rocha: Deixe um recado aos jovens que ainda não se decidiram por sua vocação.

Diácono Berto: Jovens, não tenham medo! Essa foi a frase que Jesus mais repetiu a seus discípulos. O Senhor tem uma missão especial para você! Entregue-se ao Senhor, pois a missão é d’Ele! (cf. 28,16-20). 

Espaço aberto

Diácono Berto: Irmãos e irmãs, eu, Diácono Francisco Berto de Carvalho, a Paróquia Santo Antônio, Padre Marcos-PI e toda a nossa Diocese de Picos tem a imensa alegria em convidar você, sua família e sua comunidade para participar de minha Ordenação Presbiteral, dia 27 de julho de 2016, às 19h, na Igreja Matriz de Santo Antônio, em Padre Marcos-PI. Sua presença completará nossa alegria!


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