Quanto vale a sua liberdade?

Especial para o CN1 

Por Djeane Leal*

Quando recebi o convite de postar algo que fosse de interesse dos canabravenses e de todos que visitam esse blog, decidi falar sobre POLÍTICA, não só porque este é um ano de eleições mais principalmente por que percebo que a real finalidade da Política foi esquecida e que principalmente na nossa cidade o seu conceito e sua relevância foram distorcidos.

O propósito do meu relato é relembrar as pessoas para que serve a política em seu conceito primário, pode até parecer utópico, depende do ponto de vista de cada um.

"O homem não político é um ser deficiente”

A Política é um tema complexo para ser discutido com rapidez, até por que atualmente ela vem sendo muito questionada, principalmente devido as ações dos maus políticos e a relação da política com o poder, transformando-a em coisa maniqueísta, a oposição de um contra o outro, esqueceram que ela não é uma relação de troca, é a essência do ser humano, o homem não político é um ser deficiente. A função da Política é tornar os seres iguais.

O verdadeiro sentido é a LIBERDADE, que nos invoca diretamente a democracia apesar de que este nosso sistema esteja um tanto mascarado. Ela surgiu para organizar o convívio social, o homem em sua diversidade.

Somos seres essencialmente políticos e não apenas no ato de votar mas, somos políticos também quando exigimos nossos direitos de saúde, segurança, educação e qualidade de vida, isso tudo nos sendo oferecido com excelência, não é favor e muito menos esmola, é um direito nosso e dever dos nossos representantes.

Como seres políticos, devemos APARECER, VER e sermos vistos, OUVIR e sermos ouvidos.

Hoje, o tão venerado poder político se tornara aparentemente inacessível, então de que serve a democracia se não para em uma associação coletiva amenizar as diferenças e fazer com que o poder esteja nas mãos de todos, e assim cada cidadão possa usufruir de seus direitos políticos?

A política não surgiu para subornar a capacidade de escolha do povo e tão pouco para minimizar a sua inteligência, afirmo que essa não é a sua finalidade.

Não devemos nos convencer por recursos retóricos, milimetricamente pensados e ensaiados, devemos observar e utilizar da nossa consciência para avaliar e decidir que se mostra capaz de nos representar. Somos nós os governados que atribuímos os dirigentes o direito de nos representar.

“O bom governante é como tutor que zela melhor pelos interesses dos seus pupilos do que pelos seus próprios”. (Cícero)

Bertold Brecht – “O analfabeto Político”

“O pior analfabeto é o analfabeto político, ele não houve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio que dependem as decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

* Djeane Leite Leal é acadêmica do Curso de Bacharelado em Administração de Empresas da Universidade Federal do Piauí - UFPI.

Fonte: antologia Política de Bertold Brecht.

Disponível em: culturabrasil.pro.br/brecantologia.htm>