Caixa volta a ter crédito mais barato para financiar imóvel


BRASIL - Após um período de suspensão por conta da escassez de recursos, a linha de financiamento de imóveis pró-cotista, a mais barata do mercado para imóveis com valor maior do que 225 mil reais, voltou a ser oferecida a clientes pela Caixa.

De acordo com informações do próprio banco, após o anúncio do conselho curador do FGTS de que a linha teria recursos adicionais de 3,6 bilhões de reais, sendo 1,7 bilhão para financiamento de imóveis de 225 mil reais a 500 mil reais, o crédito está disponível para os clientes desde o dia 16 de agosto.

Em tempos de juros altos, a pró-cotista é uma das linhas mais acessíveis do mercado ao cobrar taxas que variam de 7,85% a 8,85% ao ano, dependendo do relacionamento do cliente com o banco. Em outras linhas de crédito imobiliário, a taxa cobrada pelo banco sobe para mais de 11% ao ano, no caso de clientes que não tenham relacionamento prévio com a Caixa.

Condições foram mantidas

De acordo com o banco, as condições da linha de crédito, como taxa de juros, prazo do financiamento e porcentual do imóvel que pode ser financiado, anunciadas em maio do ano passado, continuam as mesmas, mesmo após o banco ter aumentado os juros em outras linhas de financiamento imobiliário.

Além de juros mais baixos, o grande atrativo da linha é o percentual do valor do imóvel que pode ser financiado —tanto para imóveis novos, como usados— que chega a 80%.

Além do programa Minha Casa Minha Vida (que financia imóveis de até 225 mil reais) a linha pró-cotista é a única alternativa para trabalhadores privados que queiram financiar imóveis usados na Caixa, mas não têm capacidade de arcar com entrada equivalente a 30% do valor do imóvel.

Isso porque recentemente a Caixa voltou a emprestar no máximo 70% do valor da unidade para aquisição de imóveis usados que estejam enquadrados no SFH (Sistema Financeiro de Habitação). A condição se iguala apenas para servidores públicos, que também podem financiar até 80% do valor do imóvel em outras linhas de crédito.

O prazo máximo de financiamento oferecido na pró-cotista é de até 360 meses. A pró-cotista não tem limite de renda.

Requisitos

Para ter acesso à linha de crédito pró-cotista FGTS, é necessário ter contribuído ao FGTS por mais de três anos, consecutivos ou não, na mesma empresa ou em empresas diferentes.

Caso se enquadre nessa exigência, a conta vinculada ao fundo deve estar ativa, ou seja, o trabalhador deve estar empregado e realizar atualmente contribuições mensais ao FGTS; ou ter conta inativa, mas com saldo equivalente a 10% do valor do imóvel, caso esteja desempregado ou não contribua atualmente para o FGTS por estar trabalhando sob outro regime de trabalho, por exemplo.

Não há restrição com relação à renda familiar dos compradores, desde que o imóvel financiado não tenha valor maior do que 500 mil reais.

Mas o comprador não pode ter outro financiamento de imóvel e nem ser proprietário de outra unidade residencial urbana, concluída ou em construção, na mesma cidade, em municípios limítrofes ou na região metropolitana da cidade onde vive. Preenchidos os requisitos, o uso do saldo do FGTS no financiamento é opcional.

Falta informação

Apesar de afirmar que a linha de crédito voltou a ser disponibilizada a clientes, a Caixa não permite mais realizar a simulação do financiamento imobiliário pela pró-cotista em seu site. Segundo o banco, a simulação somente está disponível nas agências, já que atende a um perfil específico de clientes.

Para Marcelo Prata, especialista em financiamento imobiliário, o banco novamente tenta passar uma mensagem otimista ao mercado de que há recursos para financiar, mas não divulga de forma clara que o crédito está disponível. "É uma linha com juros atraentes, portanto vale a pena o cliente questionar o gerente e pedir informações sobre o crédito".

Uma simulação feita por Prata para um mutuário que tem 40 anos e quer comprar um imóvel de 400 mil reais financiando 80% desse valor mostra que a diferença de dois pontos porcentuais dos juros pode ser representativa em 30 anos.

Enquanto o mutuário irá pagar cerca de 1,06 milhão ao final desse prazo caso contrate a linha com juros de 8% ao ano, terá de pagar cerca 1,24 milhão ao optar por um financiamento com uma taxa de 11% ao ano, uma diferença de 173 mil reais.

Como os recursos para a linha já secaram e foram suspensos anteriormente por conta da grande procura, quem quer financiar um imóvel com juros menores deve ficar atento, já que os recursos continuam limitados e podem ser suspensos novamente.



Fonte: Exame

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