Estudantes ocupam UFPI de Picos em manifesto contra PEC 241


PICOS - A Universidade Federal do Piauí, campus de Picos (UFPI), foi tomada na noite desta terça-feira (18) por acadêmicos que integram movimentos estudantis e são contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que prevê o corte de verbas na saúde e na educação.

Foto: Reprodução
A direção do campus foi ocupada no final da tarde. Em seguida, um grupo de manifestantes percorreu toda a extensão da instituição, informando aos demais sobre a ocupação e convocando os estudantes para uma assembleia geral.

Alguns docentes adeptos do movimento suspenderam suas atividades didáticas. Os que, mesmo com toda a mobilização que acontecia dentro da universidade, insistiram em prosseguir com suas aulas, foram impedidos.

Duas pautas foram colocadas em votação na assembleia: a participação do Diretório Central dos Estudantes no VIII Congresso dos Estudantes da UFPI – Coneufpi – e a PEC 241. Os estudantes ainda decidiram sobre a permanência da ocupação do campus.

Segundo Thiago Barroso, integrante da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (ANEL), o ato foi convocado pelos Centros Acadêmicos e pelo Diretório Central dos Estudantes. Em votação, ficou decidido que Picos não participará do congresso em Teresina e construirá seu próprio evento para discutir as pautas locais e de maneira mais representativa, com foco interno.

“Essa participação em Teresina é uma discussão em âmbito estadual, que é proposto pelo DCE de Teresina, mas achamos que não representa nossas demandas, teria melhor representatividade se todo o corpo discente de Picos discutisse junto, então achamos mais importante a construção de um congresso próprio”, disse Thiago.

De acordo com a diretora do Centro Acadêmico de Biologia e integrante do Levante Popular da Juventude, Isabel Silva, a ocupação é por tempo indeterminado. Nesta quinta-feira (20), as vias que dão acesso ao campus da UFPI de Picos serão interditadas, permitindo somente a entrada de estudantes. Neste dia também será realizada uma nova assembleia para definir se a ocupação permanece até a segunda-feira (24), data em que a PEC 241 será colocada em votação pela Câmara dos Deputados.

“A PEC é colocada como a do fim do mundo, porque ela tira os direitos que foram conquistados, nenhum direito nos foi dado, de trabalhadores e de estudantes, foi conquistado. A PEC coloca, por exemplo, que a UFPI no ano que vem receberá 45% a menos de verba, vai ter corte de bolsa, não vão abrir novas bolsas, o restaurante universitário pode não conseguir alimentar todos os estudantes da universidade, hoje nos temos um quadro de quase quatro mil alunos e pode ser que estes não consigam almoçar e jantar todos os dias por não ter comida o suficiente, e é por isso esse movimento”, explica a militante.

Para Bernardo Blant, diretor do Diretório Central dos Estudantes da UFPI de Picos, o movimento representa a força dos estudantes. Segundo ele, o que mais atraiu a categoria para a participação no movimento foram os prejuízos na assistência estudantil. “Representa a força dos estudantes. Há uma mobilização nacional para ocupação de reitorias em universidades, direção de campus e mais de seiscentas escolas de ensino médio estão ocupadas em todo o país, isso mostra a representatividade do movimento estudantil”.

Para o diretor do DCE, nos últimos anos conseguiu-se investir muito na parte de assistência estudantil para a permanência do aluno na universidade, exemplos disso são as residências e o restaurante universitário. “São grandes benefícios que os estudantes têm e com essa PEC tudo isso vai acabar. As bolsas vão diminuir, terão cortes nas bolsas de extensão e pesquisa, tudo isso é um prejuízo para comunidade acadêmica”, disse.

Greve - Há indícios de que uma greve entre os professores da instituição pode ser deflagrada nos próximos dias. Já os técnicos administrativos iniciam uma nova greve na próxima segunda-feira (24).

PEC 241 - A Proposta de Emenda à Constituição 241, que tem como objetivo instituir um novo regime fiscal para o país, já passou por uma votação na Câmara dos Deputados, e foi aprovada com 366 votos a favor e apenas 111 contra.

O texto da emenda precisa ser aprovado em uma segunda votação na Câmara e mais duas no Senado. A PEC 241-2016 estabelece um novo teto para o gasto púbico, que terá como limite a despesa do ano anterior corrigida pela inflação.

Fonte: Grande Picos 

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