Profissionais de saúde protestam em Picos

Diversos profissionais de saúde se reuniram diante de dois dos principais hospitais no combate à pandemia de Covid-19 na manhã desta sexta-feira (6) para fazer uma manifestação e cobrar melhores condições de trabalho. Os protestos aconteceram em Teresina e em Picos, a 320 km da capital. Os profissionais afirmam que faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de qualidade e exigem o pagamento do adicional de insalubridade de 40%.

Em Picos, o protesto aconteceu em frente ao Hospital Regional Justino Luz. (Foto: Antonio Rocha/TV Clube)

Em nota, o Governo do Estado disse que tem abastecido todos os hospitais com os equipamentos e insumos suficientes, de acordo com a necessidade de cada unidade, e testado todos os profissionais a partir do 8º dia dos sintomas.

Sobre o pagamento da insalubridade, a nota afirma que o estado segue o regime estatutário, que rege o serviço público, e define os percentuais de 5%, 10% e 20% como parâmetros para pagamento desse adicional. (Veja íntegra da nota ao fim da reportagem)

Profissionais se reuniram em protesto diante do Hospital Getúlio Vargas, em Teresina — Foto: Murilo Lucena/ TV Clube
Profissionais se reuniram em protesto diante do Hospital Getúlio Vargas, em Teresina — Foto: Murilo Lucena/ TV Clube

Na porta do Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, se reuniram enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, profissionais da radiologia, fisioterapia e nutrição, além de servidores administrativos.

Eles levaram manequins vestidos como profissionais de saúde para representar os colegas, já que a presença de muitas pessoas descumpriria as recomendações para evitar aglomerações.

Picos

Em Picos, os profissionais se reuniram diante do Hospital Regional Justino Luz, e fizeram um protesto silencioso em frente ao setor de urgência da unidade.

Os profissionais pedem ainda que sejam realizados testes para detecção de coronavírus e que os testes sejam repetidos, tanto para quem trabalha na linha de frente como para os profissionais de alas que não atendem pacientes de Covid-19. A categoria pede ainda que sejam fornecidos kits completos de proteção individual aos que trabalham nas alas "não-Covid-19".

Segundo o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Sinatepi), os profissionais que atuam nas áreas dos hospitais que não atendem pacientes de Covid-19 são a maioria entre os infectados pela doença, já que trabalham sem o equipamento de proteção completo.

Segundo o Ministério da Saúde, até o dia 19 de maio, 327 profissionais de saúde do Piauí já haviam sido infectados pelo coronavírus.

Leia abaixo a íntegra da nota da Governo do Estado do Piauí:

Governo assegura qualidade e segurança para profissionais de saúde no enfrentamento a COVID-19

O Governo do Piauí, através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) tem mantido o estoque e feito a entrega dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para todos os profissionais que estão trabalhando no combate à Covid-19. A entrega está sendo feita semanalmente e de acordo com a necessidade de cada unidade. Até o momento, não foi registrada a falta de nenhum item nos Hospitais Estaduais.


Atualmente o Governo do Estado do Piauí através da Sesapi já realizou a aquisição de 46.355 unidades de álcool em gel 70%; 29.879 unidades de Álcool Etílico 1000 ml; 1.376.275 luvas de procedimentos; 685.680 unidades de máscaras cirúrgica tripla com elástico descartável; 43.967 máscaras N95; 18.748 óculos de proteção; 119.700 propés; 33.158 protetores faciais descartáveis; 359.510 toucas; 69.025 aventais impermeáveis; 36.793 aventais descartáveis, totalizando mais de 2.819.000 itens que compõem os EPIs.

Além da garantia dos EPIs, a Sesapi tem realizado também a entrega de testes rápidos para todos os profissionais das Unidades Hospitalares, conforme critérios estabelecidos pela OMS, Ministério da Saúde e Nota Técnica da Sesapi. De acordo com esses critérios, os profissionais devem ser submetidos ao teste rápido a partir do 8º dia dos sintomas. Em caso de resultado positivo deve ser feita a notificação e o profissional deve se afastar das atividades e respeitar o isolamento domiciliar até completar 14 dias de afastamento.

Os profissionais com resultado negativo podem retornar às atividades antes do prazo de 14 dias, desde que estejam com pelo menos 72 horas (3 dias) sem febre ou sintomas respiratórios e pelo menos 7 dias após o início dos sintomas.

Os profissionais que atuam nas Unidades Hospitalares e são do grupo considerado de risco para a Covid-19 têm o direito de se manter afastados desde que começou a pandemia e o decreto do Governo, datado de 18 de março de 2020. Desta forma, a Sesapi vem respeitando e está mantendo o afastamento destes servidores.

A Sesapi tem fornecido ainda treinamentos constantes sobre Controle de Infecção Hospitalar e apoio aos profissionais através da Telemedicina.

Em relação ao pagamento da insalubridade, o regime estatutário, que rege o serviço público, define os percentuais de 5%, 10% e 20% como parâmetros para pagamento desse adicional. O percentual é verificado caso a caso, de acordo com o grau de risco da função e o ambiente de trabalho. Os valores obedecem a um teto, conforme orientação do Tribunal de Contas do Estado, por meio do Acórdão n. 2504/15.

Fonte: G1 Piauí

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