Começou a colheita do caju

Os agricultores de São João da Canabrava se preparam para a colheita do caju, que esse ano, devido ao bom período chuvoso, a safra deve ser maior do que a do ano passado.

Produção de caju deve ter aumento esse ano. Foto: Adailson Carvalho/CN1

A nossa equipe visitou a localidade Serra do Buenos Aires, na zona rural do município, e conversou com o produtor Alberto Carvalho que está otimista com a safra.

“Este ano o caju está com muitas flores e percorrendo o cajueiro a gente percebe que está bem carregado, isso é uma alegria para nos agricultores, é sinal de boa safra”, disse.

Produtor de Caju, Alberto está animado com a safra. Foto: Adailson Carvalho/CN1

Na propriedade de 18 hectares, Alberto conta que é chega a colher por semana cerca de 500 quilos de castanha. A produção é vendida para os comerciantes do próprio município.

Para garantir uma boa colheita, além da chuva, é preciso manter o pomar sempre limpo.

“No final de julho começamos a podar e limpar o caju com enxada, depois a limpa puxamos as folhas secas com rastelo, geralmente esses são os cuidados principais para a colheita do caju e da castanha, ensinamentos que já vem dos mais velhos” disse.

Bom período chuvoso contribuiu para aumento na produção. Foto: Adailson Carvalho/CN1

A Serra do Buenos Aires fica a 12 quilômetros da sede do município, e conta com mais de 20 cajucultores. 

A castanha que é bem aceita no mercado nacional e internacional e é sinônimo de renda na mesa do agricultor. Já a polpa do caju, também chamada de pedúnculo, é utilizada para fazer doces, sucos, geleias e rações para os animais.

Preocupação com o oídio

Caju afetado pelo oídio. Foto: Adailson Carvalho/CN1

O que tem dado muita dor de cabeça nos produtores é o fungo chamado oídio/ bem conhecido na região por provocar grandes prejuízos a produção. Esse ano a doença surgiu com mais intensidade.

Segundo pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Wagner Bettiol, , o oídio é causado por um fungo chamado Sphaerotheca fugilinea, que se parece com um pó branco nas folhas de variadas culturas (pepino, abobrinha, pimentão, tomate, melão, melancia, uva, soja, feijão, eucalipto, caju, manga etc).

Segundo o pesquisador, este pó impede que a planta realize normalmente a fotossíntese, o que ocasiona uma menor produtividade. Além disso, "os fungicidas químicos indicados para o combate ao oídio são caros. Com a mistura se gasta praticamente metade do que o agricultor costuma gastar com fungicida, com redução de 25 a 30% do custo", diz ele.

Pesquisador desenvolveu método para combater o oídio. Foto: Adailson Carvalho/CN1

Para combater a praga, o pesquisador desenvolveu o método e o testou principalmente em pepino e abobrinha, com controle de praticamente 100% da doença. Trata-se de uma mistura de 5% de leite de vaca cru e 95% de água está sendo utilizada para controlar o oídio – doença que ataca diversas culturas, causando a morte das plantas e prejuízos aos agricultores.

Produção de Caju no Piauí

Segundo o IBGE, em 2019 o Piaui produziu 21.631 toneladas de castanha de caju e neste ano a estimativa é que sejam produzidas 24.714 toneladas, cerca de 14% de aumento com relação ao ano passado.

Um levantamento feito pelo órgão revela que a melhor safra do estado nos últimos 20 anos aconteceu em 2008, quando foram colhidas 56 223 toneladas, 23% da produção nacional.  A safra desse ano representa apenas 16,5% da produção do país. 

Cajueiro na Serra do Buenos Aires. Foto: Adailson Carvalho/CN1

Produção é fonte de renda para agricultores. Foto: Adailson Carvalho/CN1

2 Comentários




PUBLICIDADE