Metalúrgico adapta fogões de sucata para não usar gás de cozinha

O preço do gás de cozinha sobe, mas a criatividade do brasileiro fala mais alto. O piauiense Cícero Romão criou um meio de economizar o gás e fazer pesar menos no bolso. Ele produz fogões portáteis movidos a carvão e lenha e sem perder o design do produto original.

Piauiense lucra ao adaptar fogão de gás para lenha — Foto: Arquivo Pessoal
A ideia surgiu há aproximadamente dois anos, quando o preço dos combustíveis e do gás de cozinha começaram a aumentar. Cícero é servidor público, mas tem uma metalúrgica onde desenvolve seus trabalhos extras. Ele contou da habilidade e dificuldade em fazer os fornos.
“Tudo começou depois que eu soube que o gás tinha aumentado de preço e eu vi o desespero das pessoas com o aumento, no início do ano passado. Foi quando eu vi que tinha fogões velhos jogados em sucatas e surgiu uma ideia de reestruturar, só que sendo abastecido por carvão, que é mais barato. Como eu tenho uma metalúrgica, facilitou pra eu fazer os fogões. Atualmente eu tenho ajuda de um rapaz porque dá muito trabalho, principalmente pra fazer os círculos, que são as bocas”, disse o servidor.

Os fogareiros têm o formato original do fogão, mas adaptado para o uso de lenha ou carvão e são feitos em dois tamanhos, sendo pequeno e grande. Segundo Cícero, é possível colocar oito formas de bolo no forno do fogão grande e esse é o mais procurado. Os preços variam de R$ 180 a R$ 200.

“O fogão grande é muito procurado pela quantidade de formas e panelas que cabem nele. O pequeno custa R$ 180 com meus materiais. Se a pessoa trouxer o fogão velho, eu cobro até R$ 150. O grande custa R$ 200 e se trouxerem o material eu faço a R$ 170”, revelou o empresário.

A demanda é intensa e o empresário já contabilizou mais de 100 fogões feitos no ano passado distribuídos pelas regiões de Teresina, Jatobá, Altos, Bora Hora, Nazaré do Piauí e regiões do interior de Campo Maior. Cícero Romão ainda é líder comunitário do Bairro São João, do município de Campo Maior e confessou não gostar de ficar ocioso.

“Eu vendo por quase todas as regiões entre Teresina e Campo maior, incluindo interiores. Por incrível que pareça quem mais compra são pessoas de classe média. Na verdade eu vendo pra todo tipo de classe. Muitos empresários me procuram. Vendo pra churrascarias, lanchonetes, padarias e outros estabelecimentos comerciais. Eu não gosto de ficar parado. Faço de tudo um pouco”, falou o líder comunitário.

Cícero Romão faz parte do grupo denominado por 'Economia Criativa', conceito que designa pessoas e/ou empresas que usam a criatividade e necessidade de um determinado nicho para criar produtos e meios de comercialização. Segundo ele, o objetivo é transformar inovação em resultado e formar relações na sociedade.

Fonte: G1 Piauí

Postar um comentário




PUBLICIDADE